Ciclismo: Fazer mais é melhor?
Já escrevemos sobre como as inúmeras possibilidades que o mundo moderno nos proporciona podem ser inerentemente boas e sinônimos de maior liberdade, como também podem causar paralisia ao não conseguirmos filtrar o que realmente é importante para atingirmos os nossos objetivos.
Com frequência muitos ciclistas entram no “ciclo do recomeço”, com muitas mudanças, “novos conceitos” e inúmeros recursos. São inúmeras as opções e há os que gostam de correr, outros de nadar, praticar musculação... seja por escolha pessoal ou com o intuito de melhorar o condicionamento físico geral, para num futuro breve “transferir esta base” para os treinos de ciclismo. É nesse momento que devemos ter muito cuidado.
Quando o objetivo for variar a atividade, mudar o ambiente, socializar, estar próximo dos amigos sem pensar na associação direta com o desempenho no ciclismo não há problema em praticar diferentes exercícios físicos. O alerta fica em relação à distribuição das cargas e os excessos para evitar o surgimento de lesões. Contudo, se o atleta estiver pensando neste momento como um suporte para as inúmeras competições, viagens e sobrecarga que acontecerá ao longo da temporada, será fundamental analisar o quanto as DIVERSAS OPÇÕES serão traduzidas em melhor desempenho.
Com certa frequência surgem uma técnica muito eficaz, uma metodologia nova, uma ferramenta extremamente poderosa... ser? Porém, sem ao menos ter a justificativa dos porquês comprovadamente eficazes de cada uma delas. Não é o simples fato de o ciclista praticar muitas atividades que ele vai se desenvolver em tempo ou na magnitude desejada os resultados esperados. As escolhas devem ser criteriosas e relacionadas, pelo menos, com o tempo de preparação até a(s) competição (ões) alvo(s), a atual condição física, deficiências, necessidades, calendário e objetivos. É o mínimo para mudar o quadro de inúmeras escolhas para escolhas eficazes. Tudo isso deve estar bem esclarecido.
Não seja o ciclista que apenas acrescenta, acrescenta, acrescenta, acrescenta..., por exemplo, treinos de musculação, pilates, natação, corrida, funcional e que ao final de um período deste emaranhado de atividades deseja estar em condições plenas de competir em bom nível, isso é utopia. Loucura, né? O próprio ciclismo possui inúmeros aspectos que devem ser trabalhados ao longo da temporada e que são negligenciados. Técnicas de pilotagem, tática, treinos de força e cadência, por exemplo, são deixados de lado e deveriam ter grande atenção em muitos momentos.
A diversas opções devem dar lugar ao bom senso e as escolhas certas. No ciclismo e na vida funciona assim, onde a quantidade nem sempre significa qualidade. Pensem nisso e treinem aquilo que realmente fará diferença.
Boas pedaladas.